
“Na verdade, não é que eu tenha esquecido. Simplesmente deixe de prestar atenção. Passamos o milênio, disso eu sei — tanto barulho por nada, todos aqueles jovens chiando de tanta preocupação e comprando comida enlatada porque alguém teve preguiça de deixar espaço para quatro dígitos em vez de dois jovem—, mas isso pode ter sido no mês passado ou há três anos. O que importa? Que diferença há entre três semanas, três anos ou até mesmo três década de purê de ervilha, mingau e fraldas geriátricas? Tenho 90 anos. Ou 93. Uma coisa ou outra.”
Quando chega no circo é acolhido e conta a sua história de vida que se passa na década de 30, o livro também é um belo quadro da história norte-americana circense, junto com a trajetória de vida de Jacob.
Com 23 anos, Jacob, um promissor estudante de veterinária que está prestes a se formar perde os país e fica desamparado. Desesperado com a sua situação ele foge e acaba saltando em um trem em movimento: O Esquadrão Voador do circo Irmãos Benzini - "O Maior Espetáculo da Terra". Contratado como veterinário do circo o jovem Jacob se depara com um mundo totalmente novo, hora mágico, hora assustador. É lá que Jacob vivencia maus tratos com animais e toda a euforia de se trabalhar em um espetáculo.
Sob as lonas dos Irmãos Benzini, ele conhece a irresistível Marlena: logo que a vê "rola aquele clima capenga que todo mundo adora ver em filmes/livros"... Posteriormente descobre que ela é esposa de August, o bipolar (hora tirano, ora carismático) treinador de animais... O circo está armado não é? E ele pega fogo! Com descrições muito convincentes, a escritora nos trasporta para esse universo e nos envolve cada vez mais em cada página.
Jacob que foi admitido para trabalhar lá pois era estudante de uma importante universidade da época e logo se vê responsável por cuidar do próximo "grande número" do picadeiro: a elefanta Rosie. Rosie é apaixonante e logo cativa o rapaz. Daí o nome "Água para elefantes".
Ela [o paquiderme] e Marlena prometem ser a salvação desse circo decadente. A ganância e a exploração de Tio Al (empresário dono do circo), alucinada com a Grande Depressão Americana, é causa de muito sofrimento e sua má gestão agrava a situação financeira piorando ainda mais o cenário de calamidades, violência e pobreza dos que compõem trabalham nesse espetáculo.

Água para elefantes é tão envolvente que seus personagens continuam vivos muito depois de termos virado a última página. Sara Gruen nos transporta a um mundo misterioso e encantador, construído com tamanha riqueza de detalhes que é quase possível respirar sua atmosfera.

Água para Elefantes é um filme de narrativa tradicional, talhado á imagem e à semelhança dos grandes clássicos de antigamente. Preocupa-se apenas em contar bem a sua história, o que faz com muita eficiência, graças não somente à direção segura de Lawrence, como também ao afiado elenco.
Pattinson mostra outro lado como ator no filme, saindo da "crepusculice" e mostrando que pode atuar em filmes não trashs elegantemente. Sobre Reese Whiterspoon, não tenho comentário a não ser que foi perfeita apara o papel. E Christopher Waltz fez o personagem mais complexo e como em Bastardos Inglórios se destacou, ou vocês acham que interpretar desvios esquizofrênicos é uma coisa fácil?
Ambos, filme e livros prendem o leitor/espectador do começo ao fim, e por isso o motivo do sucesso a pesar do elenco renomado haha... O livro também é uma lição sobre viver e aceitar a velhice, a nostalgia do Jacob vovô nos mostra como é importante viver ao máximo nossas vidas por mais duras que se apresentem, o seu amor por Marlena perdura entre os séculos e nunca o abonadona dando um quê fabulesco moderno. O final no livro/filme é impressionante e com destaque ao filme que fez uma cena fantástica!
A quem diga que quem brilhou mesmo no filme foi a elefanta, pois está era a única capaz num roteirinho água com açúcar... Mas qual a função do cinema se não entreter? No livro a pegada é outra: Esse amor impossível + elefante, é um conto de fadas romanesco cheio de aventura e brutalidade. Uma combinação perfeita! Com certeza a maioria já assistiu ao filme, mas para quem já viu: o livro não é uma perda de tempo. No livro a história é mais bem detalhada e traz mais histórias secundárias que se perdem na produção cinematográfica - como é de praxe. A pesar do filme ser uma delicia de ser assistido nada se compara a ler, fugir para o circo com Jacob e mergulhar de cabeça nesse picadeiro! (Texto também disponível no blog De Repente Cresci)
Bom, eu assisti à película e embora as vezes me pareceu meio 'lenta' demais, até que gostei da história. Como você disse explora os delírios esquizofrênicos, os maus tratos aos animais e a VERDADEIRA vida nos circos, a qual não é um conto de fadas, como a maioria pensa. As paisagen das cenas também merecem destaque.
ResponderExcluirO filme foi um "romancinho" a moda antiga, por isso deve ter fiado meio lento. No livro sim, entramos completamente nesse universo paralelo do circo e na vida circense por de trás do espetáculo.
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