Filme: Garota Interrompida

Garota Interrompida é um daqueles filmes que você nunca esquece se o assiste na época certa. Como assim? O filme trata da segunda grande passagem da vida: quando deixamos o passado "feliz" para a tal maldita vida adulta... Ninguém lida bem com isso! O roteiro foi baseado no livro autobiográfico de Susanna Kaysen que foi a tal garota interrompida. O drama de 1999 foi gravado na Alemanha e nos Estados Unidos e foi o "estouro" da linda Angelina Jolie que ganhou o óscar atriz coadjuvante pela interpretação deste.

O enredo é o seguinte Susanna (Winona Ryder) uma adolescente que viveu hard os anos 60, tenta suicídio (muita aspirina + vodca) e é mandada para uma clinica psiquiátrica em 67, lá permanece dois anos. Seus sintomas são: ansiedade, depressão, agir por impulso, dificuldades de relacionamento, e etc (coisas que adolescentes sofrem normalmente...). Lá Susanna se depara com diferentes tipos de transtornos mentais e acaba por perceber que não é tão louca assim, mas é também lá que se encontra e trabalha sua "normalidade":

"A única coisa que me salvou da loucura foi escrever", conta a escritora do livro. (No filme também se mostra ela escrevendo um diários algumas vezes...)

A história é do estilo "tapa na cara da sociedade", pois trata de temas tabus e mostras cenas fortes e chocantes para alguns. Quando Sussanna, que tem 17 anos na época, se depara com tamanhas loucuras, repensa e pondera sobre o seu verdadeiro eu e vê que precisa escolher em que tipo de realidade quer viver, acaba questionando os limites da liberdade e as metáforas do confinamento, na corda bamba entre sua "loucura adolescente" a e sanidade ela entre em conflito com os valores e os princípios de seu tempo e com os limites entre amizade e amor.

 

SINOPSE: 

Em 1967, após uma sessão com um psicanalista que nunca havia visto antes, Susanna Kaysen (Winona Ryder) foi diagnosticada como vítima de “Ordem Incerta de Personalidade” – uma aflição com sintomas tão ambíguos que qualquer garota adolescente pode ser enquadrada. Enviada para um hospital psiquiátrico, onde viveu nos 2 anos seguintes, ela conhece um novo mundo, de jovens garotas sedutoras e transtornadas. Entre elas está Lisa (Angelina Jolie), uma charmosa sociopata que organiza uma fuga com Susanna, Daisy e Polly, com o intuito de retomarem suas vidas.

No hospital Sussanna torna-se amiga de algumas internas com diferentes tipos de trastorno e entre elas está Lisa, uma linda sociopata (personagem de Jolie)... Com Lisa e as outras as garotas aprontam algumas (como adolescentes normais fariam) e até se divertem naquele ambiente hostil. Liza, por sua condição "intratável", nunca teria possibilidade de cura, mas também é um ponto chave na recuperação de Sussanna, pois esta mostra os dois lados da moeda: a extrema loucura e a extrema racionalidade. A cumplicidade das garotas aumenta com o passar dos anos até que tramam uma fuga e algo dá muito errado... isto leva a Sussanna voltar a clinica e terminar definitivamente sua fase de "garota interrompida".

A sim! Sussanna é negligentemente diagnosticada com Transtorno de Personalidade Limítrofe (ou Borderline) que é definido como "um grave transtorno de personalidade caracterizado por desregulação emocional, raciocínio extremista (cisão) e relações caóticas. O termo "borderline" (limítrofe) deriva da classificação de Adolph Stern, que descreveu esta doença, na década de 1930, como uma patologia que permanece no limite entre a neurose e a psicose. [...] Pessoas com esse tipo de personalidade limítrofe podem possuir uma série de sintomas psiquiátricos diversos, como problemas de identidade e humor instável e reativo, assim como sensações de irrealidade e despersonalização. Com tendência a um comportamento briguento, também sofrem de impulsividade (sobretudo autodestrutiva), são manipulativas e chantagistas, apresentam conduta suicida e sentimentos crônicos de vazio e tédio. Também podem transformar problemas mínimos em causas extremas (envolvendo até autoridades), requerer atenção em demasia, fazer falsas acusações e apresentar comportamento narcisista. Pessoas assim são aparentemente vistas como "rebeldes", "problemáticas", geniosas e temperamentais." OU SEJA, NORMAIS ATUALMENTE como eu e você.

Vale lembrar que o filme é baseado em uma história real contada no livro. Não é um ficção descabida que brinca com temas controversos, os fatos realmente ocorreram em algum lugar na história e com alguém de verdade, e sim aquelas personagens realmente existiram e suas histórias não são inventadas. Ouvi dizer que no filme o enfoque maior em Lisa é demasiado e que no livro ela não é o foco das atenções e sim mais uma na multidão. Só lendo para saber, mas coisas como essa acabam acontecendo em adaptações cinematográficas. O filme é antiguinho sim, pensem a Jolie não tinha nenhum filho na época e nem era casada com o Pitt lá e tinha só uns 20 aninhos.

Destaco que o filme é cheio de frases fortes e coisas para se refletir depois, não é aquele tipo de arte passiva que não acrescenta em nada. Por exemplo, Sussanna também é diagnosticada como promíscua  e indaga ao médico se um homem com os mesmos comportamentos sexuais que ela também teria mesmo diagnóstico e o cenário dos anos 60, traz alguns aspectos históricos importantes. O filme também mostra como é difícil a inclusão e interação dos taxados de "loucos" no ambiente comum e ainda nos seduz com Lisa: o que você faria se não tivesse sentimentos? Quem nunca quis isso alguma vez? Vou comprar o livro e depois digo o que achei. Enfim, Garota Interrompida é um daqueles filmes que merecem ser assistidos.

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